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Datas, eventos, pesquisas? O quê marcaria o nascimento da Op Art ou, para nós, Arte Óptica?
Teria ele iniciado já na década de 1930 a partir dos fantásticos móbiles de Alexander Calder ou mais tarde, com as ilusões geométricas de Victor Vassarely, Bridget Riley e tantos outros? Ou na tenra idade da perspectiva ainda engatinhando no século XV?
Eu acredito que a Op Art exista desde que foi possível ao homem despertar para a magia, para o sonho de compartilhar com um semelhante a nossa divina capacidade de desafiar a realidade objetiva de um mundo subjacente.
A Op Art delimita espaços visíveis em benefício da criação e da decodificação. Mostra mundos impossíveis de ocorrer fisicamente porem, revelando referenciais estéticos em forma e conteúdo bipolares, em negativo e positivo, côncavo e convexo, o nexo sem nexo da nossa complementaridade. Enxergamos o que não vemos ou seria o oposto? Tudo depende, sempre, de um referencial. Entre namorados que se beijam, taça de venenos ou desejos, relato poético de nossos equívocos e indecisões.
A Arte Óptica zela pela dualidade. Oferece a possibilidade da opção, do livre arbítrio, do benefício da dúvida. É a estética da tomada de consciência da nossa total e inata ambigüidade à qual cabe apenas uma pergunta: você vê o que eu vejo?
Déia Francischetti
UniCEUB em Revista – Ano V - 07/2004 – Nº 15
Arte e diagramação: alunos do curso de Comunicação Social do UniCEUB